FUMAÇA DE CIGARRO AGRAVA ALERGIA. Além das assustadoras (mas comprovadamente reais) conseqüências cancerígenas e do odor que se instala por longo tempo nas roupas e na pele, respirar fumaça de cigarro piora muito a vida de quem tem alergia. A crise chega a durar quatro dias depois do contato com fumantes. Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), nos Estados Unidos, revelaram que, quando as pessoas que apresentam o problema ficam expostas durante algumas horas à fumaça de cigarro, elas reagem com índices de alergia até 17 vezes maiores que outros participantes que eram poupados do contato com as baforadas de nicotina. "Inalar a fumaça de cigarro causa alteração no sistema imunológico, resultando num aumento dos anticorpos que despertam as reações alérgicas", explica David Diaz-Sanchez, médico responsável pelo estudo.
DÊ UNS BEIJOS... NA ALERGIA. Gaste uns minutos beijando para ajudar a aliviar sua rinite. Beijar pode reduzir suas reações alérgicas e ajudar a combater infecções.Durante recente estudo japonês, pesquisadores mediram os níveis de imunoglobulina E (IgE), nticorpo que pode desencadear uma reação alérgica. Eles checaram pessoas com alergias a pólen, ácaros e látex antes e depois de os participantes terem beijado alguém por 30 minutos. No final da sessão amasso, os níveis de IgE dos participantes haviam caído em 40%. Os estudiosos acreditam que beijar reduz a resposta alérgica porque aumenta a produção de citoquinas Th1, células de sangue brancas que provocam um impulso na produção de IgE. Para tirar maior proveito do boca-a-boca, coloque uma música suave; as pessoas que participaram foram embaladas durante o estudo, que anteriormente provou que esse clima aumenta a função imunológica.
DICA EXTRA: nem toda forma de carinho terá efeito positivo contra as alergias. Casais que se abraçaram não experimentaram nenhum aumento imunológico como os que se beijaram.
DESPISTE AS ALERGIAS. Agora elas dão as caras com força extra: Outono na área, menos chuva e mais frio no ar. Detone esse ataque driblando quatro situações que expõem muito a sua saúde...
Corrida matutina ou noturna.
O RISCO: o ar gelado é um alérgeno, pode inflamar o aparelho respiratório e desencadear crises de asma e bronquite. A poluição, mais concentrada nesta época, intensifica isso.
O DRIBLE: corra na esteira. Você faz seu esporte sem respirar ar gelado.
Ducha fervente
O RISCO: "A água quente demais elimina a camada de gordura que protege a pele. Isso pode causar ressecamento, manchas vermelhas e coceiras. Essa alergia é a dermatite atópica",
explica Luís Felipe Chiaverini Ensina, diretor da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia.
O DRIBLE: banhos curtos e mornos. O ideal é cinco minutos a cerca de 37 graus, temperatura próxima à de seu corpo.
Guarda-roupa em mudança
O RISCO: peças, cobertores guardados por longo tempo acumulam pó, a casa dosácaros. Ao respirar esses microrganismos, seu corpo pode disparar espirros, coceira
em olhos e nariz, que pode inflamar. É rinite.
O DRIBLE: lave antes de usar. Outra boa é substituir de vez o cobertor pelo edredom, que retém menos poeira. Uma vez por
semana, deixe o armário aberto para arejar.
Arrumação geral
O RISCO: vai jogar fora coisas velhas da casa? Se já tem uma alergia respiratória, pode ganhar ainda uma rinoconjuntivite.
"Mais ácaros vão ao ar, você coça nariz, olhos, espalha secreção, eles incham e ficam pingando", diz Maria Teresinha Soares Rocha Malheiros, alergista do Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo.
O DRIBLE: jamais coce nariz e olhos, peça que sua faxineira pegue mais pesado na limpeza nesta época e use álcool gel para limpar objetos pessoais e mãos.
CHEGA DE ESPIRRAR. Basta a temperatura cair um pouco e o peito começa a chiar, a respiração fica difícil, o nariz entope e coça. É agora, nos meses
do outono e do inverno, que as alergias respiratórias atacam com força total. “Nesta época, o clima seco e a falta de chuva
dificultam a dispersão dos poluentes no ar, ao mesmo tempo que se proliferam ácaros e mofo. Todos são agentes alérgenos que
atacam as vias respiratórias”, explica o pneumologista Daniel Deheinzelin, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. “Com a mudança climática, a mucosa nasal também fica mais ressecada e a secreção do muco que a protege diminui”, completa.
Você também tem sua parcela de culpa nessa encrenca. “No frio saem do guarda-roupa os edredons e as malhas de lã, que, guardados há meses, são verdadeiros focos de pó, ácaros e
fungos”, acrescenta a pneumologista Iara Fiks, do Hospital São Luiz, também em São Paulo.
Antes de mais nada, vale esclarecer o que acontece no seu corpo durante o processo alérgico. “Trata-se apenas de uma reação exagerada do sistema imunológico contra uma substância que potencialmente não é agressiva”, explica Fábio Castro, professor de imunologia clínica e alergia da Universidade de São Paulo (USP). Traduzindo: mesmo que um grão de pólen de uma flor não seja um inimigo implacável e perigoso, as defesas de seu corpo lutarão bravamente para combatê-lo. Nessa guerra contra o invasor, entra em ação um anticorpo chamado imunoglobulina E, que passa a ser produzido em grande quantidade. “Ao tentar
expulsar o agente alérgeno, ele faz com que as células liberem no sangue elementos químicos como a histamina, que deflagra os sintomas desagradáveis”, diz Deheinzelin.
Existem dois tipos de alergias respiratórias. Uma delas é a famosa rinite, que ocorre quando a área afetada é a mucosa nasal. Os sintomas típicos são espirros, obstrução e coceira no nariz (e às vezes ardor e vermelhidão nos olhos). A outra é a asma, conhecida como bronquite ou bronquite asmática: nesse caso a batalha se localiza nos brônquios, os dois canais que se ramificam nos pulmões. Saldo do conflito: tosse, falta de ar, chiado ou aperto no peito. “Entre 10% e 15% da população tem asma. Já a rinite aflige de 30% a 40% das pessoas”, estima Elie Fiss, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, e professor da Faculdade de Medicina do ABC. O pior de tudo é que, não raro, as duas doenças aparecem associadas em um só pobre coitado. “Cerca de 80% dos pacientes asmáticos têm quadros de rinite e em 20% dos casos a rinite pode evoluir para asma”, afirma Fábio Castro.
As causas do problema ainda não foram totalmente elucidadas, mas o fator hereditário pesa bastante. “Todo mundo tem 15% a 30% de risco de desenvolver uma alergia respiratória. Caso um dos pais tenha a doença, a probabilidade aumenta para 50%. Se o pai e a mãe forem alérgicos, sobe para 75%”, avisa Castro. Segundo Elie Fiss, infecções virais, problemas digestivos (como refluxo) e alterações emocionais também estão associados ao problema.
Com tantas substâncias alérgenas à solta por aí – pó, pêlos de bichos, asas de insetos, substâncias escondidas nas fórmulas
de perfumes e produtos de limpeza –, a recomendação é procurar um especialista para descobrir o vilão invisível que atormenta sua vida. “O exame de sangue de dosagem de
imunoglobina E específica consegue identificar a presença do anticorpo relacionado a determinado fator”, ensina Castro. Também há um teste feito na pele em que extratos diluídos de alérgenos são aplicados em um arranhão superficial no braço para checar a qual substância o organismo reage.
Geralmente a crise alérgica começa a dar as caras entre 5 e 20 minutos depois do contato com o agente alérgeno. Segundo o médico Fábio Castro, após seis a oito horas o paciente pode voltar a manifestar sintomas. As alergias respiratórias são tratadas com medicamentos como corticóides tópicos (aqueles sprays nasais) ou inalatórios, antihistamínicos injetáveis ou administrados por via oral) ou broncodilatadores (inaláveis, orais
ou injetáveis). “A imunoterapia, popularmente conhecida como vacina contra alergia, costuma apresentar excelentes resultados”, garante Castro. “O tratamento consiste na inoculação do extrato diluído do alérgeno ao qual a pessoa é sensível, por meio de injeção, em doses que aumentam gradativamente com o objetivo de reduzir a sensibilidade a ele.”
CENÁRIO OTIMISTA NO COMBATE Ä ALERGIA.
Cerca de 30% da população mundial sofre de algum tipo de alergia que pode estar com os dias contados. Um novo medicamento capaz de agir numa etapa anterior àquela em que atuam as drogas convencionais - os chamados anti-histamínicos - está sendo desenvolvido por esquisadores da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), no Rio de Janeiro. O remédio parte de proteínas extraídas de sementes de mamona (Ricinus communis) para atuar na fase inicial de processos alergênicos. Testes realizados em mastócitos de ratos (células associadas ao tecido conjuntivo) deixaram bem animada a equipe coordenada pela bioquímica Olga Lima Tavares Machado, do Laboratório de Química e Função de Proteínas e Peptídeos da Uenf. O próximo passo é testar o medicamento em basófilos humanos - células existentes no sangue que estão ligadas ao processo alérgico. A solução desenvolvida para tratar a alergia provocada por mamona pode, em princípio, ser usada para impedir outros alergênicos como camarão, soja, amendoim, peixe e milho.
MEN'S HEALTH
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