Por Jader Pires.
Sim, caro amigo lenhador, sabemos bem o que é nosso.
Está de cor e salteado gravado em nossas cabeças de cima tudo o que nos é parte pertinente e integrante. Das maiores machezas aos piores desabafos, o que é do homem, com certeza o bicho não come.
Mas não se apresse em enumerar as características masculinas, camarada abridor de vidro de azeitona. Estamos aqui com o oposto pensamento – esse mesmo que já te está fazendo salivar – de divagar sobre as mulheres.
Ah… as mulheres, essas que são o motivo maior de nossa existência e matéria-prima para a ebulição desse sangue latino que pulsa em ti. Sim, colega machão, de sunga vermelha e bigodão hipster, as mulheres. Enumerarei aqui cinco das loucuras que são só delas e só delas.
Pintura tribal
Repare no olhar transcendental, sem piscar, quase de um Buda. | Créditos: TheMeConspiracy.
Eu podia viver três vidas inteiras e ainda assim não saberia descrever a feminilidade no ato de uma mulher se maquiar. A confiança nos olhos atribuída única e exclusivamente àquele momento (você nunca vai ver um olhar tão seguro em uma mulher do que no momento em que ela está a se pintar). O pó, delicadamente fazendo parte da pele, cobrindo-a, corando-a.
Um homem que já viveu três vidas não saberá absorver metade desse ritual exclusivo e envolto em aura catita.
A mulher, quando se maquia, entra em transe e corre pra outro mundo (um mundo que você nunca vai conhecer). Entra em outra frequência e volta pronta pra enfrentar qualquer apuro da vida, formosa como ela só.
As mulheres e seus diminutivos
Eu já devo ter escrito sobre isso em outros textos, mas não poderia abandonar a inerência das mulheres para com os diminutivos. Como ficaria a nossa apreciação sobre o sexo feminil sem que houvesse a “alcinha”, os “brinquinhos”, as “sandalhazinhas”, as calcinhas, cinturinhas, dedinhos, sainhas, shortinhos e todo o tipo de pinduricalhozinhos?
De que adiantaria a sedução e o sexo se não pudéssemos deleitá-las com todos os diminutivos possíveis?
“Que pezinho mais lindo”
“Que bundinha maravilhosa”
Nós adoramos e as Lolitas agradecem.
A leveza do ser
Mais do que corpo, cada mulher é um mundo. | Créditos: James Jean.
As mulheres possuem uma desenvoltura única para fazer dos pequenos gestos, aqueles mais triviais, uma coisa sexy. A diferença básica é que nós descobrimos e treinamos o “como ser atraente para o sexo oposto”, tarefa essa executada com maestria por nossas queridas meninas, num simples cruzar de pernas ou exibindo a barriguinha linda (olha aí o diminutivo) naquela espreguiçada despretensiosa.
Enquanto nós, caminhoneiros neandertais, utilizamos da força bruta para exibir alguma sensualidade num trocar de canos debaixo da pia ou em qualquer tipo de esporte que lembre a violência, elas exalam todas as delicias procurando qualquer coisinha (diminutivo) na bolsa enquanto aquele decote generoso faz qualquer cérebro masculino parar de trabalhar por alguns instantes.
Micro expressões
É das coisas mais lindas e mais assustadoras que você pode identificar em uma mulher, abominável companheiro.
Não sei se você já viu a série Lie to Me ou se já leu o trabalho do psicólogo Paul Ekman (que deu origem a tal série), mas mesmo com o menor conhecimento possível da causa, você é capaz de sacar que elas – nossas queridas – são as maiores reprodutoras de micro expressões desse mundo. E repito: é lindo e assustador.
Já está no inconsciente coletivo todo um apanhado sobre os humores voláteis e paradoxais das mulheres. Sim, nós lutamos sim para entender cada gesto que parece ser pra uma coisa, mas é pra outra. Suamos a camisa pra identificar o que elas querem dizer quando dizem “Não tenho nada” ou um simples “Não é nada não” e praticamos diariamente a leitura corporal, cerebral, palatal, coaxial e mineral delas – as nossas pequenas.
Mas no geral, compensa. Ver os pezinhos balançando de ansiedade, os olhinhos se apertando de raiva, aquela boca se abrindo bem levemente de tesão, ou mais ainda, aquele apertar de seios entre os braços no momento de qualquer sedução mútua…
…ah, compensam tudo e mais um pouco.
E por fim…
Pluralidade
Claro que nós também temos nossas diferenças. Nós, homens. Há aquele que tenha aquela pinta de surfista, aquele outro mais arrumadinho, meio coxinha. Tem aquele que gosta de parecer mais alternativo, existem os metidos a cowboy, a executivo, a esportista, a molecote, a tiozão, a blogueiro, a escritor. Tem de tudo nessa vida. Mas a pluralidade feminina é infinitamente superior, mermão.
Conseguimos, num piscar de olhos machos, enumerar mais de quarenta tipos de patricinhas, trinta e quatro tipos de meninas da praia, cento e oitenta estilos diferentes para as alternativinhas e mais de duzentas sentenças para poder apontar qualquer rabo-de-saia que passe pela rua. São as mocinhas do trabalho, as cavalas da academia, as princesas da faculdade.
Nem a mesma mulher é a mesma mulher o tempo todo! Taí o desafio: pegue papel e caneta e vai botando em tópicos cada vez que sua preferida adotar uma persona diferente (em qualquer âmbito). Ao final de um ou dois meses, você vai se surpreender.
É isso que nos tira do marasmo. São essas pequenices que nos tiram os ar. Pensar sempre nelas e nas coisinhas que são só delas. E só delas.
Matéria retirada de Papo de Homem
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